DIA MUNDIAL DAS ZONAS HÚMIDAS – Em 2018, o Paul das Caniceiras é CA(U)SA da ADAL!

Neste dia em que se assinala o Dia Mundial das Zonas Húmidas, a ADAL reforça a sua preocupação relativa aos territórios com estas características no Concelho e a necessidade de serem recuperados nas múltiplas valorizações compatíveis com as características dos respectivos ecossistemas.

A natureza dotou o Concelho de Loures de importantes zonas húmidas: a zona dos Salgados em Santa Iria de Azóia, a área de sapal na frente ribeirinha do Tejo ou os pauis na várzea de Loures, e qualquer uma delas justificaria uma atenção especial devido aos perigos que as afectam e ameaçam.

Em 2018, o Paul das Caniceiras é CA(U)SA da ADAL!

Já nos anos de 2007 e de 2011, a ADAL emitiu Posições Públicas a respeito do Paul das Caniceiras. Infelizmente, a ausência de alterações positivas e, consequentemente, de medidas concretas com vista à sua protecção e conservação, mantêm esta zona húmida no centro das nossas preocupações e alertas.

O Paul das Caniceiras – localizado na Várzea de Loures, na freguesia de Santo Antão do Tojal – está classificado enquanto zona húmida. O seu ecossistema é rico, porém sensível, vulnerável e extremamente ameaçado. Zona de terrenos alagadiços com cerca de 14 hectares, é um importante refúgio – de nidificação e alimentação – para diversas espécies de aves aquáticas (inventariadas na Diretiva Aves), algumas em perigo de extinção, como para outra fauna, com destaque para a presença da “Boga-de-Lisboa” (Chondrostoma olisiponensis), espécie descoberta já neste século e descrita em 2007.

As ameaças a este habitat em concreto não são recentes nem desconhecidas. (Ler abaixo Posições Públicas anteriores)

Por isso se volta a colocar em agenda, com preocupação acrescida, o Dia Mundial das Zonas Húmidas.

A ADAL reafirma a PROTECÇÃO e VALORIZAÇÃO do PAUL DAS CANICEIRAS em defesa do ambiente, em prol da biodiversidade e pelo interesse em dotar o espaço de funções de lazer e turísticas!

Posição Pública 2007

Posição Pública 2011

Posição Pública 2017

ADAL adopta novas causas | PAUL DAS CANICEIRAS e AQUEDUTOS DE SANTO ANTÃO DO TOJAL

ADAL adopta novas causas

PAUL DAS CANICEIRAS

AQUEDUTOS DE SANTO ANTÃO DO TOJAL

Precisam de impulso requalificador

Os Orgãos Directivos da ADAL- Associação de Defesa do Ambiente de Loures reunidos oportunamente em S. Julião do Tojal, Concelho de Loures, consideraram que o Paul das Caniceiras e os Aquedutos de Santo Antão do Tojal, exigem o empenho da sociedade civil e dos poderes públicos em ordem à sua preservação e requalificação.

Assim, a partir da tomada de posse dos novos órgãos autárquicos eleitos, a Associação ambientalista e de defesa do Património, desencadeará iniciativas junto das autarquias e do governo, tendo em vista o desenvolvimento de projectos e respectivo financiamento tendo em vista:

1. Recuperar, qualificar e conferir natureza didáctica e de local da biodiversidade ao Paul das Caniceiras;

2. Retomar, prosseguir e concluir as acções de recuperação do Património do conjunto setecentista de Santo Antão do Tojal, designadamente, os Aquedutos, Rua dos Arcos e Palácio-Fonte.

A ADAL, conta encontrar nestas diligências, o apoio dos poderes local e central, bem como das populações do Concelho de Loures, junto de quem desenvolverá ainda iniciativas de informação e conhecimento, destas importantíssimas referências do Município, ainda insuficientemente conhecidas e valorizadas.

Bairro de S. Francisco – Camarate | É PRECISO UM NOVO FUTURO!

A localização do Bairro de S. Francisco em Camarate, não foi nunca a mais favorável à tranquilidade e qualidade de vida dos seus residentes, dada a sua excessiva proximidade com o Aeroporto da Portela de Sacavém, agora, Humberto Delgado.

Os recentes protestos dos moradores do Bairro, vieram evidenciar que na última década e meia a situação piorou substancialmente com a instalação de um Parque de armazenamento de contentores (fevereiro de 2002) de dimensão e proximidade ao Bairro completamente despropositada e a instalação, também, de uma Central de produção de massas asfálticas que, em conjunto, criam um ambiente urbano insustentável.

ADAL- Associação de Defesa do Ambiente de Loures reconhece tratar-se de um problema com décadas (o nascimento do Bairro na vizinhança do Aeroporto) e com muitos anos a presença de actividades desqualificadoras e, necessariamente, com complexidade de resolução imediata. Contudo, é indispensável que o caminho comece a ser feito.

Assim, a ADAL considera e propõe:

1. Verificação da conformidade legal das actuais actividades ali instaladas e legitimidade de ocupação do território nos termos em que está a ser feita;

2. Se for o caso, importará confirmar se estão a ser cumpridos todos os requisitos ambientais e de segurança para a convivência de actividades daquele tipo com tal proximidade com às populações;

3. Se, pelo contrário, se concluir pela localização indevida ou ilegítima, devem as autoridades competentes conceder um prazo curto e exequível, para a retirada das actividades que se encontrem em situação irregular;

4. Seja qual for a situação jurídico-administrativa das actividades instaladas, perigosas para a segurança, saúde pública e ambiente, devem as autoridades competentes determinar de imediato as medidas mitigadoras inspensáveis ao bem-estar da população daquele Bairro;

5. A ADAL reitera a sua oposição à estratégia do Plano Regional de Ordenamento do Território de Lisboa e Vale do Tejo que abriu caminho à instalação de actividades logísticas de todo o tipo no Concelho de Loures e reafirma a necessidade premente do bloqueamento político imediato de actividades  desqualificadas e desqualificadoras do território e da sua revisão técnica e política com brevidade;

6. A ADAL aconselha a que os Orgãos Autárquicos e autarcas, que venham a ser eleitos este ano, tomem medidas urgentes para desencadear um processo de revisão do Plano Director Municipal em vigor que, embora aprovado no actual mandato, foi elaborado e conformado nos mandatos precedentes e incorpora e permite que actividades altamente desqualificadas e desqualificadoras se possam instalar no Concelho de Loures, com qualquer standard de qualidade ambiental, o que é a negação da qualidade de vida e da sustentabilidade em que o Município de Loures deve investir;

Consciente, portanto, da complexidade da tarefa, mas sem quaisquer dúvidas sobre a premente necessidade de lhe fazer frente e resolver, a ADAL disponibiliza-se, desde já, para cooperar com todos os interessados na busca de soluções no curto, médio e longo prazo que mitiguem primeiro e sanem depois, definitivamente, problemas desta natureza no nosso Concelho.

Do que não temos qualquer dúvida é que o Bairro de S. Francisco precisa de um novo futuro.

Central Nuclear de Almaraz – NUCLEAR NÃO É SOLUÇÃO

Inaceitável conduta do governo espanhol

Como bem evidenciam todos os problemas ocorridos com centrais nucleares, por todo o mundo, a energia nuclear não é uma opção adequada nem sustentável. A prazo, mesmo que nenhum acidente ocorra, a obtenção de energia, supostamente mais barata, acaba por obrigar a elevadíssimos custos para a deposição e armazenamento dos resíduos nucleares, inevitavelmente repercutidos sobre os cidadãos.

A vetusta Central Nuclear espanhola de Almaraz ultrapassou já o seu prazo de vida útil e constitui um potencial pólo de incidente grave na Península Ibérica. O projecto do governo espanhol de prolongar a vida daquela instalação, alargando o espaço para depósito de resíduos nucleares, agrava substancialmente a situação e os perigos inerentes, pela antiguidade da Central e preocupante concentração dos detritos resultantes do seu funcionamento.

Acresce que, dados os riscos associados e a proximidade da Central com Portugal e o Rio Tejo, o governo espanhol não pode tomar tais decisões unilateralmente. É uma conduta inaceitável, que publicamente se condena e contra a qual protestamos vivamente.

Está demonstrado que existem alternativas de produção de energia de forma sustentável, com vantagens ambientais, económicas e sociais, que podem assegurar um futuro equilibrado com exponencial redução de riscos.