PROTEGER A ÁGUA, DENUNCIAR MAUS TRATOS

Um dos maiores desafios dos nossos dias é proporcionar o acesso democrático e justo à água potável e proceder à sua gestão sustentável, social, económica e ambiental.

Nenhum agente institucional, empresa, família ou individuo se pode furtar a este desígnio elementar!

A gestão da ÁGUA, um recurso natural cada vez mais escasso, exige de todos nós a maior atenção e as melhores práticas. Cada um de nós tem que ser um agente activo na sua gestão!

Exortamos todos os munícipes a serem vigilantes activos dos recursos hídricos, denunciando qualquer irregularidade junto das entidades competentes, ou através do nosso Eco-Alerta (adaloures@gmail.com).

  • Oposição às lavagens não essenciais de arruamentos com a proibição de uso de água potável e incremento de reutilização de águas tratadas de ETAR’s;
  • Exigir redução substancial das perdas na rede pública de distribuição, através da recuperação das redes de abastecimento e da sua constante monitorização com meios tecnológicos adequados;
  • Denunciar usos indevidos de água potável pública para lavagem de viaturas na via pública, e abastecimentos irregulares, nomeadamente as actividades agro-pecuárias e empresas do sector secundário e terciário;
  • Exigir a promoção de zonas verdes com espécies autóctones e de baixo consumo de água;
  • Pugnar por um sistema de tarifas penalizador de consumos excessivos quer no domínio doméstico, quer no domínio dos consumidores empresariais
  • Instalar e/ou propor a implementação de sistemas de poupança e reaproveitamento das águas usadas, bem como sistemas de captação, armazenamento e uso ulterior da água da chuva;
  • Denunciar descargas ilegais nas linhas de água e exigir penalizações substanciais aos prevaricadores

Não deixe para amanhã, aja hoje!

22 DE MARÇO, DIA MUNDIAL DA ÁGUA

No final de 2021 a ADAL tornou pública a sua Causa Loures Águas Mil (LRS águas mil ), onde se realça a importância da bacia hidrográfica do rio Trancão, sub-bacia do rio Tejo, marcada pela ocorrência de cheias de grande intensidade.

Em Janeiro deste ano de 2022, solicitou informações à Agência Portuguesa do Ambiente – APA, Serviços Intermunicipais de Águas e Resíduos de Loures e Odivelas – SIMAR e Câmara Municipal de Loures, a fim de reunir esclarecimentos sobre aspectos relacionados com a gestão das águas superficiais e subterrâneas e da água em meio urbano (ver aqui).

Até ao momento a ADAL apenas recebeu resposta da Câmara Municipal de Loures.

O objectivo é a obtenção de um conjunto de importantes informações que nos permitam fazer uma correcta avaliação do estado da arte e tomar posição mais fundamentada a respeito destes assuntos.

Neste Dia Mundial da Água a ADAL insistirá junto da APA e dos SIMAR para que respondam às questões colocadas, e apela a todas as entidades responsáveis para que se empenhem na melhor vigilância, preservação e sustentabilidade das águas.

Também os cidadãos podem contribuir para este objectivo, quer à sua escala, quer na vigilância que podem exercer sobre os usos dados, localmente, a este importantíssimo recurso natural.

Defesa, preservação e sustentabilidade das águas no concelho de Loures

No final de 2021 a ADAL tornou pública a sua Causa Loures Águas Mil, onde se realça a importância da bacia hidrográfica do rio Trancão, sub-bacia do rio Tejo, marcada pela ocorrência de cheias de grande intensidade. Consulte aqui o documento da causa LRS águas mil – Associação de Defesa do Ambiente de Loures.

Em tempos de preocupantes transformações climáticas, é fundamental que sejam desenhadas medidas preventivas e antecipadas às necessidades futuras, desenvolvendo mecanismos de defesa, preservação e sustentabilidade das águas.

Considerando as importantes responsabilidades que cabem à Agência Portuguesa do Ambiente – APA, Serviços Intermunicipais de Águas e Resíduos de Loures e Odivelas – SIMAR e da Câmara Municipal de Loures, no que se refere às águas superficiais e subterrâneas e à gestão da água em meio urbano, a ADAL enviou àquelas três entidades ofícios questionando designadamente sobre:

– meios e periodicidade de verificação da qualidade das águas da bacia hidrográfica do concelho de Loures

– lista das captações de águas subterrâneas autorizadas no concelho de Loures

– informação sobre a qualidade da água do rio Trancão

– quantidade de água das ETAR do concelho de Loures que está a ser utilizada para usos não nobres e em que funções

– quais as iniciativas em curso para a redução das perdas de água na rede de distribuição de água potável

– qual o rumo tarifário que os SIMAR pensam adoptar para induzir a redução do consumo e do desperdício de água potável e quais os dispositivos regulamentares de fiscalização e vigilância nestes domínios

– informação sobre instrumentos urbanísticos para redução da utilização de água potável nas regas em espaços públicos

– medidas para reaproveitamento das águas das chuvas em usos correntes, quer em espaço doméstico, quer em espaços públicos

– áreas com licenciamento municipal para impermeabilização do solo, por freguesia, desde a entrada em vigor do actual Plano Director Municipal.

O conjunto de informações que obteremos ajudar-nos-ão, certamente, a tomar uma posição mais informada a respeito destas matérias, quer na avaliação da situação verificada, quer quanto a propostas concretas relativamente a medidas a implementar.

LRS Águas Mil: A ADAL e os recursos hídricos em Loures

A água é um bem essencial para a vida humana, para o equilíbrio dos ecossistemas, para a produção de alimentos, para a geração de energia e para a economia em geral. As pressões ambientais e económicas colocadas sobre este recurso natural limitado, bem como a sua relação intrínseca com outras prioridades, como a produção de energia, a adaptação às alterações climáticas e o cultivo de alimentos, contribuem para que a gestão da água e dos seus serviços se tenham tornado temas prioritários da agenda internacional.

Assim sendo, toda a legislação desenvolvida para este sector, quer europeia, quer nacional, tem como objetivo alcançar uma proteção das águas superficiais interiores, das águas de transição, das águas costeiras e das águas subterrâneas de modo a:

  • evitar a degradação, proteger e melhorar o estado dos ecossistemas;
  • promover um consumo de água sustentável;
  • reforçar e melhorar o ambiente aquático através da redução ou cessação de descargas, emissões e perdas de substâncias prioritárias;
  • assegurar a redução gradual e evitar o agravamento da poluição das águas subterrâneas;
  • contribuir para mitigar os efeitos das inundações e secas;
  • garantir, em quantidade suficiente, água de origem superficial e subterrânea de boa qualidade, visando uma utilização sustentável, equilibrada e equitativa da água;
  • proteger as águas marinhas e promover a prevenção e eliminação da poluição em ambiente marinho.

Para assegurar a adequada implementação da legislação definida para alcançar estes objetivos, é essencial monitorizar o estado das massas de água, a sua disponibilidade, a utilização de recursos hídricos e outras pressões que são exercidas sobre a água, a ocorrência de inundações e períodos de seca e a qualidade da água para consumo humano.

in https://rea.apambiente.pt/dominio_ambiental/agua?language=pt-pt

A água na fase do seu ciclo terrestre circula sob a forma de águas superficiais e subterrâneas.

A bacia hidrográfica constitui o território a partir do qual as águas fluem para o mar, sendo por isso a unidade preferencial do território onde se deve assegurar a sua gestão sustentável.

O município de Loures acolhe a bacia hidrográfica do rio Trancão, sub-bacia do rio Tejo, marcada pela ocorrência de cheias de grande intensidade.

Não obstante, as preocupações com os recursos hídricos são pertinentes e urgentes em Loures como em todo o mundo. É decisivo, em tempos de preocupantes transformações climáticas em curso, que sejam dadas as respostas preventivas e antecipadas às necessidades futuras, desenvolvendo mecanismos de defesa, preservação e sustentabilidade das águas.

Águas superficiais

Surgem na natureza em forma de nascentes, rios, lagos ou lagoas. As “nascentes” que apresentaram, em geral, melhor qualidade, foram as primeiras a serem exploradas para o abastecimento humano. Mas, com o crescimento demográfico e a consequente crescente procura de água para consumo humano iniciaram-se grandes captações de águas dos rios, lagos e lagoas.

No Concelho de Loures, o rio Trancão é o elemento central da rede hidrográfica constituída por inúmeros afluentes, salientando-se o rio de Loures e as ribeiras das Romeiras, do Boição e o rio Pequeno a norte, e as ribeiras do Mocho e do Prior Velho a Sul. Os principais afluentes do rio de Loures são a ribeira de Pinheiro de Loures, a ribeira da Póvoa, o rio de Lousa e a ribeira de Fanhões.

  • Qualidade da água do Rio Tejo
  • Qualidade da água do Rio Trancão
  • Qualidade da água dos afluentes do Rio Trancão
  • Preservação do nível de água do Paul das Caniceiras
  • Denúncia de descargas ilegais nas linhas de água e exigência de penalizações substanciais aos prevaricadores
  • Recuperação e preservação das margens das linhas de água concelhias, removendo todas as ocupações ilegais e ilegítimas
  • Constituição de galerias ripícolas

Águas subterrâneas

As águas subterrâneas encontram-se em massas e lençóis de águas debaixo da terra. Essas reservas podem ser de grande ou pequena capacidade, de boa ou má qualidade.

A gestão sustentável da água quanto à sua qualidade e quanto à sua quantidade requer a proteção das áreas que apresentam condições favoráveis à infiltração e recarga dos aquíferos. Tais áreas, também exploradas para usos particulares quer no abastecimento doméstico, quer na atividade agrícola, são estratégicas.

Segundo o Atlas de Loures, no concelho de Loures, as áreas preferenciais de infiltração estão principalmente associadas à formação carbonatada do Cretácico associada ao Complexo Vulcânico de Lisboa que se desenvolve na zona envolvente a Montachique e Montemor, e às formações carbonatadas do Jurássico Superior quando associadas a sistemas de falhas, em Bucelas e Freixial.

  • Completa proibição de captações em zonas servidas por rede pública
  • Obrigatoriedade de regularização de antigas captações, poços e minas
  • Pugnar por uma actuação urbanística que não admita impermeabilizações absolutas dos solos urbanos e que assegure a viabilização das infiltrações da água da chuva nos solos e, logo, a recarga dos aquíferos.

Gestão da água em meio urbano

Nos nossos dias um dos maiores desafios, para além de proporcionar o acesso democrático e justo à água potável, é proceder à sua gestão sustentável, social, económica e ambiental.

É um desígnio político elementar a que nenhum agente institucional se pode eximir, a que nenhuma empresa, família ou individuo se pode furtar

  • Oposição às lavagens não essenciais de arruamentos com a proibição de uso de água potável e incremento de reutilização de águas tratadas de ETAR’s
  • Exigir redução substancial das perdas na rede pública de distribuição, através da recuperação das redes de abastecimento e da sua constante monitorização com meios tecnológicos adequados
  • Reclamar por Regulamentos e fiscalização municipal que impeçam o uso indevido de água potável pública para lavagem de viaturas na via pública, e abastecimentos irregulares, nomeadamente a actividades agro-pecuárias e empresas do sector secundário e terciário
  • Requerer regulamentação e atuação urbanística que promova a criação e zonas verdes com espécies autóctones e de baixo consumo de água
  • Pugnar por um sistema de tarifas penalizador de consumos excessivos quer no domínio doméstico, quer no domínio dos consumidores empresariais
  • Oposição absoluta a implantação de campos de golfe no Concelho de Loures
  • Propor que o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação imponha aos agentes de construção a adopção nos edifícios, de sistemas de poupança e reaproveitamento das águas usadas, bem como sistemas de captação, armazenamento e uso ulterior da água da chuva.
  • Propor que sejam estudados e implementados sistemas públicos de aproveitamento, armazenagem e uso das águas pluviais.

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