STOP à impermeabilização! É URGENTE E NECESSÁRIO UM SOBRESSALTO CÍVICO

O concelho de Loures está a ser alvo de um apetite para construção nunca visto. Moradias e Edifícios de Habitação, Armazéns, Centros Logísticos e Parques Logísticos. Por todos os cantos se intensifica a construção e, por essa via, se dá pasto à especulação.

Todos podemos verificar que está em curso um vendaval de construção e a ADAL suspeita que se está a preparar a sua aceleração, num ataque sem precedentes ao território, com a maximização da ocupação dos solos com betão e alcatrão, o que conduzirá a uma taxa recorde de impermeabilização do solo.

Preocupações acrescidas resultam da recente alteração à Lei dos Solos, de autoria do governo, que permite às Câmaras Municipais a transformação de terrenos rústicos em urbanos em modo “simplex”, viabilizando-se a ocupação contra-natura de terrenos agrícolas e de áreas da reserva agrícola e de reserva ecológica.

Os riscos da impermeabilização generalizada e da construção sobre e junto a linhas de água, num contexto de alterações climáticas, que exacerba os fenómenos meteorológicos, conduzem a ocorrências como a que recentemente se observou em Valência de Novembro de 2024.

Não podemos fazer por ignorar agora, para nos virmos a queixar e a lamentar mais tarde.

É preciso impor um STOP à impermeabilização. É necessário e urgente um sobressalto cívico que obrigue os decisores políticos a pararem com a insensatez da intensificação da construção desmedida e desnecessária.

Merecemos um futuro mais tranquilo, mais equilibrado e mais saudável.

Calendário 2025 de reuniões ADAL

Associados,

As reuniões mensais da Associação são públicas. Contamos com a tua presença também.

No mês de Janeiro e Fevereiro as reuniões são em videoconferência. Faz-nos chegar o pedido de participação para enviarmos o link correspondente.

Reserva as reuniões, desde já, na agenda do novo ano!

Reuniões ordinárias 2025
MêsDiaHoraLocal
Janeiro2218:30On-line
Fevereiro1918:30On-line
Março1918:30Espaço A
Abril1621:00Descentralizada
Maio2121:00Espaço A
Junho2521:00Espaço A
Julho1621:00Espaço A
AgostoFérias
Setembro2421:00Espaço A
Outubro2221:00Descentralizada
Novembro2618:30Espaço A
Dezembro1718:30Espaço A
Assembleias Gerais 2025
Março1921:00Espaço A
Dezembro1721:00Espaço A
Espaço A, Casa do Adro da CMLoures, na Rua António Padre Vieira, junto à Igreja Matriz de Loures

Tocadelos: uma decisão clara?

Crédito de The Yellow Jackets

As ruínas do antigo sanatório (nunca concluído) de Tocadelos, em Lousa, foram destruídas há umas semanas.

O sanatório, destinado a dar apoio a doentes com problemas respiratórios, nomeadamente afetados com tuberculose, aproveitando os bons ares da zona, era um exemplo do empenho dos republicanos em criar condições de tratamento para os que necessitavam. Era um património (não concluído, é verdade, nunca utilizado, igualmente verdade…) passível de situar o papel que o movimento republicano teve em Loures, de valorização do espaço natural de Lousa, da história da saúde no concelho e em Portugal, etc. Múltiplas vertentes a justificar a preservação daquelas ruínas, quase que um ex-libris da zona, e a equacionar inclusive um outro aproveitamento daquele espaço e daquela construção.

Durante anos e anos vimos publicações autárquicas, da Câmara e da Junta, a valorizar as ruínas de Tocadelos. Infelizmente, perante a pressão de interesses ligados à construção de armazéns para a atividade comercial, e cujos contornos (incluindo a derrocada das ruínas) não são muito claros, não houve capacidade para fazer frente e oferecer uma solução que, inclusive, permitisse conciliar as diversas vertentes, neste caso uma vertente de cultura e património e uma vertente de atividade económica.

É verdade que existiu um debate público do projeto. Porém, importa equacionar que a defesa do património, nos tempos que correm e na zona em causa, carente de oferta de emprego, acaba sempre por ser relegada ou mesmo esquecida por completo. Até porque, infelizmente, durante anos e anos as ruínas ali estiveram, sem qualquer esforço de valorização, sem um insistente trabalho de educação do que significavam de fato. Por isso, o argumento do debate público é escasso.

As autarquias não podem ter um papel passivo. Têm de assumir os custos das decisões mais difíceis. Lamentavelmente tal não aconteceu e as ruínas de Tocadelos desapareceram do mapa físico de Loures. O passo seguinte é morrerem na nossa memória. Assim se mata a história do concelho.

Nota: Abertura da newsletter „Loures História Local“ nº 48 de dezembro de 2024

Carlos Cardoso, responsável pela newsletter História Local -Loures

(Os artigos de Opinião aqui publicados  são da responsabilidade dos seus autores e podem não reflectir as posições da ADAL).

Crédito de The Yellow Jackets