O Dia Mundial do Combate à Desertificação seguido de a Desertificação Vista pela Janela

Comemora-se hoje, pela 19ª vez, o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, instituído pelas Nações Unidas e que visa alertar para este problema que afeta cerca de um sexto da população mundial e 30 % das zonas continentais do planeta.

De acordo com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), este fenómeno corresponde à degradação da terra, nas zonas áridas, semiáridas e sub-húmidas secas, em resultado da influência de vários fatores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas.

As causas apontadas pela UNCCD para a Região Mediterrânea Norte, em que Portugal se insere, são, em síntese:

  • Condições climáticas semiáridas, grande variabilidade pluviométrica e chuvadas repentinas e de grande intensidade;
  • Solos pobres e suscetíveis à erosão;
  • Relevo acidentado;
  • Grandes perdas no coberto vegetal resultantes da severidade regional dos incêndios florestais;
  • Crise na agricultura tradicional, associada ao abandono da terra e à deterioração das estruturas de proteção do solo e de conservação da água;
  • Exploração não sustentável dos recursos hídricos, causadora de prejuízos ambientais graves, neles se incluindo a poluição química, a salinização e o esgotamento dos aquíferos; e
  • Concentração das atividades económicas no litoral, como resultado do crescimento urbano, da atividade industrial, do turismo e da agricultura de regadio.»

As consequências incluem o aumento da erosão e da salinização dos solos, da alteração do ciclo da água com redução da infiltração da água da chuva e aumento do escoamento superficial, a redução da biodiversidade e da produtividade dos solos, conduzindo ao empobrecimento das comunidades humanas deles dependentes.

No Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PANCD), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/99, de 17 de Junho e em revisão, é referido que a desertificação “é um processo complexo, no qual muitas vezes as causas se confundem com os efeitos e em que intervêm não apenas os agentes mais próximos, mas muitos outros não diretamente envolvidos e muitas vezes não identificáveis”, sendo que “a mais ampla expressão da problemática causa-efeito na desertificação observada no território português é o despovoamento”, uma vez que “nas condições mediterrânicas que predominam no território continental, a presença do homem é fator determinante para a moldagem da Natureza: quando está presente, o homem constitui-se como vigilante e como arquiteto e escultor dos recursos naturais e da paisagem; quando se ausenta, o homem deixa atuar sobre os solos, por si muitas vezes fragilizados, os agentes naturais.”

Assim, a manutenção da população ativa nas zonas rurais é um dos eixos do PANCD, a par da conservação do solo e da água; da recuperação das áreas mais ameaçadas; da investigação, experimentação e divulgação e ainda da integração da problemática da desertificação nas políticas de desenvolvimento.

À escala da Área Metropolitana de Lisboa, onde se verificou em muitas áreas, e num passado recente, a transformação rápida do uso rural do solo para o urbano consolidado, nem sempre fará ainda sentido falar-se da problemática da desertificação. Mas não é esse o caso do Concelho de Loures, em que cerca de metade do território permanece rural mas muitas vezes desvalorizado, votado ao abandono e sofrendo episódios algo frequentes de incêndios e de erosão de zonas vulneráveis.

Sendo certo que a desertificação será mais intensa e frequente quanto menos pessoas viverem nos espaços rurais, menos meios de intervenção e incentivos sociais e financeiros para a manutenção desses espaços tiverem, quanto menor for o preço dos bens e serviços produzidos e menor o interesse em reabilitar cooperativas e associações de produtores, concluímos que, não obstante a desertificação ser um problema à escala mundial, há muito a fazer à porta de casa.

Links recomendados:

http://www.unccd.int/en/Pages/default.aspx

http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/ei/unccd-PT

http://dre.pt/pdf1sdip/1999/07/158B00/43004305.pdf (Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/99, de 17 de Junho, que aprova o Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação (PANCD) e estabelece procedimentos relativamente à sua concretização)

Fotografia: Erosão (extraído de http://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-teste-padr%C3%A3o-da-eros%C3%A3o-de-solo-image12548799)

Teresa Santos

 

ADAL entregou certificados do Positivo e Negativo em 2013 nas áreas do Ambiente e Património

No Dia Mundial do Ambiente (5 de Junho), a ADAL foi recebida, ao fim da manhã, pelo Presidente da Câmara Municipal de Loures, Dr. Bernardino Soares e pelo Vereador do Ambiente do Município, Engº Tiago Matias, a quem procedeu à entrega, em mão, dos CERTIFICADOS POSITIVO e NEGATIVO 2013, que foram atribuídos, como se indica:

 

POSITIVO NEGATIVO
AMBIENTE
  • Intervenção regeneradora nas galerias ripícolas do Rio Trancão em Bucelas/S. Julião do Tojal;
  • Estado de degradação e desaproveitamento do Parque Urbano de Santa Iria de Azóia;
  • Situação do Parque Urbano de Montemor
PATRIMÓNIO
  • abertura do Museu do Vinho e da Vinha, em Bucelas
  • Decadência do Palácio de Valflores;
  • Estado do Edifício histórico 4 de Outubro – Loures;

Saliente-se que é a primeira vez que a administração municipal e, em particular o Presidente da Câmara Municipal de Loures, aceita receber os Certificados e proceder a uma apreciação sobre os temas sobre os quais incidiram as decisões dos associados da Associação de Defesa do Ambiente de Loures.

De facto, nunca o Presidente do anterior executivo municipal aceitou abordar, olhos nos olhos, os assuntos, em cada ano, destacados pela ADAL. Em regra, os Certificados que cabiam ao Município, eram deixados na recepção e desconhece-se se alguma vez algum responsável político para eles olhou.

Destacamos, pois, com satisfação, a nova atitude do novo Presidente que, num campo mais, rompe com as práticas anteriores, que deixaram à ADAL e ao ambiente e património do Concelho, muito poucas saudades.

O Presidente Bernardino Soares, fez questão de se deter e informar a ADAL, sobre cada um dos aspectos positivos e negativos referidos, que passou agora a conhecer as diligências municipais para incrementar os aspectos positivos, bem como, as acções que estão a ser levadas a cabo, para solucionar ou minimizar os aspectos negativos. Só o Parque Urbano de Montemor, sujeito a vandalização, não tem ainda perspectivas de recuperação, já que os materiais de construtivos ali instalados foram retirados ilegitimamente por Juntas de Freguesia e pelos próprios serviços municipais, o que obrigaria a uma reconstrução completa e para a qual o Município não dispõe agora de meios.

A ADAL disponibilizou-se – como sempre tem feito com todos os responsáveis políticos locais – para colaborar com as iniciativas municipais nos domínios do ambiente e património.

5 de Junho | Dia Mundial do Ambiente

O Dia Mundial do Ambiente, estabelecido em 1972 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, é celebrado, todos os anos, a 5 de Junho. A celebração deste dia tem como principais objetivos:

  • Mostrar o lado humano das questões ambientais;
  • Capacitar as pessoas a tornarem-se agentes pró-ativos do desenvolvimento sustentável;
  • Promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais;
  • Estabelecer parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem um futuro mais seguro e mais próspero.

O dia 5 de Junho foi escolhido para festejar a efeméride pois marca o dia em que teve início a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, em 1972.

Todos os anos, as Nações Unidas apresentam um tema, que serve de ponto de partida para o desenvolvimento de ações de celebração do Dia Mundial do Ambiente, com o intuito de catalisar a atenção e a ação política de povos e Estados. Os eventos visam apresentar novas formas e métodos de viabilizar o futuro da Humanidade, seja através de ações individuais ou coletivas.

O tema deste ano – “Eleve a sua voz, não o nível do mar“, pretende alertar a população mundial para os desafios enfrentados pelos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, em relação às alterações climáticas, por um lado, e apelar à participação ativa de todos os cidadãos, face a desafios ambientais globais, por outro.

As celebrações acontecem em todo o planeta e podem ser consultadas no sítio internacional do Dia Mundial do Ambiente http://www.unep.org/wed/ .

A participação de cada um determina o nosso futuro comum, por isso, sugerimos:

Age agora! Partilha boas práticas e ações positivas sobre ambiente.

“O Planeta Terra é a ilha partilhada por todos nós. Devemos unir-nos para protegê-la.”
Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, durante o lançamento do Ano Internacional dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento

Texto de Marlene Marques e fotografia cedida por Ólímpio Fernandes

 

Dia Internacional dos Museus – Em Loures já podemos voltar a visitá-los aos domingos

Dia Internacional dos Museus, uma iniciativa do ICOM[i] celebrada anualmente no dia 18 de Maio, tem este ano como tema ‘Museus: As coleções criam conexões‘.

Assinalar a efeméride é uma oportunidade de reflexão sobre a história e a possibilidade de perpetuar e contextualizar as memórias e a(s) identidade(s) do município de Loures e, inerentemente, sobre a oferta cultural municipal.

Partindo do pressuposto que o principal objetivo dos museus é a recuperação, conservação, investigação e divulgação do património cultural, em Loures existe património material e imaterial que justifica estar acessível e ser divulgado, para que os munícipes, em concreto, e o público, em geral, visitem e conheçam o acervo histórico-cultural local.

O Município de Loures conta com 3 Museus Municipais:

– Museu do Vinho e da Vinha, Bucelas,

– Museu Municipal de Loures – Quinta do Conventinho, Loures

– Museu de Cerâmica de Sacavém, Sacavém

e com 2 Núcleos Museológicos:

– Núcleo Museológico Casa – Museu José Pedro, Sacavém

– Núcleo Museológico Luís Serra, Bemposta

A ADAL, no âmbito da sua missão e atividade, ao longo dos anos, tem alertado e/ ou congratulado para situações específicas do património municipal:

2014» 2ª Mostra de Fotografia “Retrato Ambiental de Loures” dedicada ao Património Cultural.

2013» Rúbrica Positivo & Negativo: Reconheceu e enalteceu a Abertura do Museu do Vinho e da Vinha, em Bucelas.

2011» Petição Pública em defesa da abertura dos Museus de Loures aos domingos.

Rúbrica Positivo & Negativo: alertou e denunciou o enfraquecimento da dinâmica de programação cultural dos Museus Municipais, de que o fecho destes equipamentos aos domingos era um perturbador sinal.

É com prazer e sentimento de dever cumprido que, neste Dia Internacional dos Museus a ADAL se congratula com a decisão de reabertura dos Museus Municipais de Loures ao domingo. Agradecemos naturalmente a todos os sócios, munícipes e defensores da cultura e do património o apoio e incentivo dado a esta causa, bem como regozijamos a Camara Municipal de Loures por esta acertada decisão!

Por fim deixamos o repto: Visite os Museus Municipais de Loures!

 


[i] ICOM = International Council of Museums» Conselho Internacional dos Museus