A utilização da energia nuclear tem sido problemática, desde sempre, por motivo da falta de solução eficaz para tratamento e/ou inertização dos resíduos nucleares produzidos.
A Central Nuclear em Almaraz, Espanha, sempre foi e continua a ser uma ameaça significativa para Portugal, pela sua localização junto ao Rio Tejo e, por isso, capaz de, em caso de incidente grave, contaminar o rio, da fronteira ao oceano, afectando as populações, as actividades, a economia e a saúde no nosso país.
A prevista cessação da exploração das Unidades I e II da Central Nuclear de Almaraz, está previsto para o final de 2027 e 2028, respetivamente. Este encerramento ocorrerá com mais de 20 anos de atraso, dado que a central já ultrapassou o seu horizonte operacional em 2010, potenciando assim o risco de acidente, comporta a construção de um dito “Armazém Temporário Individualizado (ATI 20)”, que agora se viu evoluir para um ATI 100 que a concretizar-se, significará estender por mais quatro décadas o armazenamento à superfície dos resíduos da Central Nuclear de Almaraz, com todos os riscos potenciais que se podem calcular.
Este processo foi iniciado por Espanha sem dar conhecimento a Portugal, apesar da proximidade territorial e das evidentes implicações transfronteiriças decorrentes do facto de o armazém estar localizado na Bacia do Tejo. Apenas sob pressão política o governo português se viu obrigado a apresentar queixa na UE. Bem estiveram aqueles que exerceram tal pressão e alertaram para a necessidade do envolvimento de Portugal na Avaliação de Impacto Ambiental deste novo e perigoso armazém.
Por isso, a ADAL, porque Loures também tem Tejo, secunda a posição do Partido Ecologista Os Verdes no âmbito da Avaliação de Impacto Ambiental e manifesta a sua profunda discordância com a manutenção do estado de insegurança das populações que este novo armazém de resíduos nucleares à superfície representa.
O nuclear não é uma solução segura, é uma solução muito arriscada, portanto, não deve ser considerado como solução para as respostas energéticas que as sociedades actuais requerem. A ciência e a tecnologia devem ser orientadas noutras direcções.