ADAL solicita esclarecimentos à Câmara Municipal de Loures

No decurso do mês de Maio a ADAL remeteu à Câmara Municipal de Loures três pedidos de esclarecimento a propósito de algumas situações observadas na zona oriental do concelho que temos vindo a acompanhar com preocupação e que, a nosso ver, merecem igualmente  atenção de todos os munícipes, independentemente de serem moradores naquela zona: 

Palácio de Valflores

A ADAL é, desde 2016, parceira da Câmara Municipal de Loures no processo de salvaguarda, valorização e reabilitação da Quinta e Palácio de Valflores, no âmbito da candidatura ao POR Lisboa. Desde o início do presente mandato autárquico não dispomos de informação oficial sobre o desenvolvimento do respectivo processo de recuperação, bem como da preparação de um Programa Funcional para os futuros usos daquele património.

Por essa razão, solicitamos esclarecimentos sobre: evolução da reabilitação física do edificado, situação de momento e próximos passos; evolução do desenvolvimento de um programa funcional para o futuro equipamento; outra informação complementar que a autarquia considere pertinente.

Antiga Covina

Tem vindo a verificar-se que as instalações da antiga COVINA, em Santa Iria de Azóia, estão entrar em processo de degradação acelerada, por acção deliberada de retirada de portas, janelas, elementos de telhado, o que faz supor pretender-se a decadência dos edifícios por sujeição à intempérie (e quem sabe ao vandalismo). Assim, a ADAL solicitou informação sobre os motivos do abandono da unidade industrial, bem como sobre que projectos estão em perspectiva para aquele local, com indicação de quais os instrumentos de ordenamento do território que irão conformar qualquer intervenção que ali venha a ocorrer.

Aproveitámos para questionar sobre qual a visão do Município para o desenvolvimento e qualificação daquela área, no contexto quer da freguesia de Santa Iria de Azóia, quer do Município de Loures e que há conhecimento sobre se o país e o município foram ressarcidos dos benefícios fiscais concedidos à Saint-Gobain Glass pelos investimentos realizados no passado.

Frente Ribeirinha

Após a realização da Jornada Mundial da Juventude tem-se verificado o desenvolvimento de obras várias na área dos terminais de contentores, frente à Bobadela, designadamente a movimentação significativa de terras, ao longo da Frente Ribeirinha.

Não dispondo a sociedade civil de informação bastante sobre o que se está a passar e a que fim se destinam tais intervenções no território, a ADAL solicitou ao Município de Loures informação que elucide o que se está e o que se vai passar naquela área.

Aproveitou-se a ocasião para suscitar ainda a dúvida sobre qual o(s) instrumento(s) de ordenamento do território que está(ão) a ser seguido(s) não apenas para as obras em curso, mas também para as intervenções que se perspectivam co curto e médio prazo.

Sugestão da ADAL ao Presidente da República para ação do “Portugal Próximo”

A Jornada Mundial da Juventude realiza-se em Portugal e em Lisboa/Loures no próximo ano de 2023.

Este evento da Igreja Católica tem lugar num espaço territorial de muitos simbolismos, muitas histórias e muitas contradições, onde avulta a mais significativa do nosso tempo, que é a requalificação de que foi alvo a parte do Município de Lisboa com a realização da EXPO-98 e a ausência de qualificação da Frente Ribeirinha do Tejo no Município de Loures que fez desta, até há pouco tempo, o único Município do Arco Ribeirinho do Tejo que não tinha executado ou projectado a sua revitalização e disponibilização de acessos ao Rio Tejo.

Se é certo que hoje há já alguns projectos em desenvolvimento, o advento da Jornada Mundial da Juventude 2023 terá uma importância decisiva para uma qualificação substancial e justificada do território.

Sob este enquadramento, considera a ADAL que uma visita do Presidente da República à zona concederá a relevância e dará o enfoque às autoridades nacionais e locais para que toda a área possa vir a ter a regeneração urbana, ambiental, económica e social que a transição do seu passado industrial para os nossos dias desarticulou, estagnou e empurrou para caminhos, do nosso ponto de vista, inadequados de prever o Município de Loures e a Frente Ribeirinha do Tejo como mero apoio logístico da Capital, acolhendo actividades desqualificadas, armazenamentos que não geram empregos nem mais-valias.

A ADAL ousou e remeteu sugestão para o Presidente da República, no âmbito do Portugal Próximo, incluir a visita a Loures e à Frente Ribeirinha do Tejo em Loures, Lisboa e Vila Franca de Xira.

A presença do Presidente da República pode também suscitar a abordagem pelas autoridades executivas de outros assuntos da maior importância local e regional, como são os casos de:

  • Classificação patrimonial, reabilitação e futuro uso do Convento dos Mártires e da Conceição dos Milagres de Sacavém;
  • Reabilitação do Siphão de Sacavém, propriedade da EPAL, bem como o prosseguimento das acções de salvaguarda e preservação do histórico Canal do Alviela que abasteceu, durante décadas, a Cidade de Lisboa de água potável;
  • Garantia da chegada do Metropolitano a Sacavém (seja ele de superfície ou não) e projecção do seu prolongamento até Vila Franca de Xira, como instrumento imprescindível da qualificação da vida colectiva e profissional dos milhares de portugueses, estudantes e trabalhadores, que viajam de forma pendular, diariamente, entre a antiga “Cintura Industrial de Lisboa” e Lisboa, assegurando um meio de transporte robusto e ambientalmente adequado;
  • Novo impulso à despoluição do Rio Trancão, contribuindo para a melhoria da qualidade das águas superficiais na bacia hidrográfica do Trancão e do Estuário do Tejo;
  • Evidencia da preocupação da sociedade civil e comunidade técnica com o assoreamento e salinização da Cala Norte do Rio Tejo, pondo em causa o normal funcionamento da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos em S. João da Talha, bem como a perspectiva de destruição do “Mouchão da Póvoa”, espaço ribeirinho com elevada aptidão agrícola e turística que está a ser lamentavelmente desperdiçado.

Estes são aspectos cruciais para a construção do futuro de milhares de pessoas que residem e trabalham nesta região.

O território e as populações merecem e precisam aproveitar bem oPlano de Recuperação e Resiliência para “Recuperar Portugal, construindo o futuro”.

Frente Ribeirinha do Tejo em Loures – ADAL congratula-se com a sua luta, as exigências que fez e o sucesso ao alcance de todos

Finalmente, correspondendo às aspirações das populações, à luta persistente e determinada da ADAL e o empenho da Câmara Municipal de Loures nos últimos anos, o Governo aprovou uma Resolução que determina a desocupação e relocalização do Complexo Rodoferroviário da Bobadela.

Notámos – e não podemos deixar de denunciar – que houve agora quem, à última da hora e às pressas, tenha vindo mostrar entusiasmo e interesse na Frente Ribeirinha do Tejo. Mas a verdade inequívoca, factual e comprovável é que foi a ADAL que, desde 2006, constantemente alertou para os problemas desta zona, propondo soluções e tomando mesmo a iniciativa de contactar as empresas ali instaladas para obter a sua colaboração na mitigação dos efeitos da sua actividade, neste espaço ecológico por excelência.

Durante todos estes anos a ADAL foi uma voz isolada à qual se juntou a Câmara Municipal de Loures a partir de 2015. A ADAL repudia gestos demagógicos de última hora e espera que a Frente Ribeirinha e as populações da zona mereçam, finalmente, o respeito que não obtiveram no longo período de 2002 a 2013, quer por parte da administração da Câmara Municipal de Loures, quer dos vários governos e ministros do ambiente, que a ADAL ao longo desses anos contactou e procurou sensibilizar para a necessidade do ordenamento e valorização ambiental da Frente Ribeirinha do Tejo em Loures, em prol da fruição pelas populações, sem prejuízo das actividades económicas que devem adequar-se ao contexto em que se inserem.

Porque nem tudo fica resolvido com esta deliberação governamental, a ADAL reitera os três objectivos essenciais que apresentou publicamente, em tempo, disponibilizando-se ao Grupo de Projecto que o Governo irá nomear, para colaborar activamente com as soluções a encontrar, para que após as Jornadas Mundiais da Juventude, fique assegurado o futuro sustentável da Frente Ribeirinha do Tejo em Loures.

É preciso:

  1. Que sejam erradicados os problemas da desqualificação territorial, ambiental e económica e desenvolvidas acções mitigadoras dos impactos das actuais actividades, impedindo ali novas actividades inadequadas e impróprias de um espaço de elevada nobreza e valor ambiental;
  2. Que seja elaborado um Plano de Ordenamento, como instrumento de gestão sustentável do território e alavanca de protecção ambiental e de desenvolvimento económico equilibrado;
  3. Que se reúnam sob os mesmos propósitos, o governo, as autarquias, as empresas e os cidadãos em ordem à valorização da frente Tejo nas suas diferentes dimensões, das económicas às lúdicas, das ambientais às turísticas.

LOURES TAMBÉM TEM TEJO !

Exposição de bolso “Loures também tem Tejo! Narrativa ilustrada de uma causa líquida”

ADAL- Associação de Defesa do Ambiente de Loures vem, desde há anos, tornando públicas as suas preocupações com o estado e a situação de pressão desqualificadora na Frente Ribeirinha do Tejo em Loures.

Neste momento de novo impulso ao projeto, com a aprovação de empréstimo pela Assembleia Municipal de Loures, a juntar ao cofinanciamento aprovado pelo Portugal 2020, a possibilidade de circular de bicicleta e a pé entre Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira é cada vez mais uma certeza.

A requalificação da frente ribeirinha do Tejo, com a implantação de um passeio pedonal e ciclável, num percurso com cerca de seis quilómetros de extensão, com passagem por Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela, irá permitir a aproximação da população à margem do rio Tejo e simultaneamente à fruição da paisagem do estuário do Tejo e ao contacto com a Natureza.

Oportunidade para a ADAL lançar a Exposição de Bolso #3 e reafirmar que LOURES TAMBÉM TEM TEJO! que pode ver e descarregar clicando .