No início deste mês a ADAL dirigiu um convite ao Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, para que se deslocasse a Santo Antão do Tojal a fim de conhecer o seu importante património, todo ele referenciado no SIPA–Sistema de Informação para o Património Arquitectónico e disponibilizou um dossier sobre o que está por fazer e que carece de ser levado até ao fim, em nome do património cultural, do turismo e da economia.
A pequena aldeia de Santo Antão do Tojal, às portas de Lisboa, no Concelho de Loures, é um exemplo raro do “urbanismo” e arquitectura barrocas. O Conjunto Monumental de Santo Antão do Tojal esteve ao serviço do primeiro patriarca de Lisboa e do seu rei, D. João V, o Magnânimo.
Santo Antão do Tojal tem uma primeira referência em documentos escritos datados de Dezembro de 1291. Quanto à instituição paroquial de Santo Antão do Tojal, sabe-se que ocorreu durante o reinado de D. Dinis e foi um priorado da mitra de Lisboa.
A vila teve um papel central na construção do Convento de Mafra. O transporte das pedras utilizadas na sua edificação foi feito pelo Rio Trancão até Santo Antão do Tojal, ao tempo em que as marés chegavam às lezírias de Loures.
Em Santo Antão do Tojal, nasceu o reputado botânico português Félix de Avelar Brotero e residiu na Freguesia a poetisa Maria Amália Vaz de Carvalho. Também Augusto Dias da Silva, que foi Ministro do Trabalho e Ministro interino das Finanças e progressista Vereador Municipal, aqui nasceu e passou parte da sua vida.
Fazem parte do muito importante acervo patrimonial da Freguesia os aquedutos que abasteciam de água o Palácio-Fonte e o Palácio dos Arcebispos.
Aqueduto de Santo Antão do Tojal
Palácio-Fonte na Praça Monumental
O aqueduto de Santo Antão do Tojal foi alvo de umas obras iniciais de preservação entre 1960 e 1978. Em 1991 foi alvo de um restauro por parte da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, num processo previsto para cinco fases, até 2000, trabalhos entretanto interrompidos para não mais prosseguirem. Em Março de 2021, a Assembleia da República tomou a Resolução com vista à preservação e requalificação do aqueduto sem que, no entanto, se conheça qualquer acção que aponte no sentido de cumprir a deliberação do Parlamento.
Em 2022 chegou a haver dotação no Orçamento de Estado, através do PIDAC, destinada a esta requalificação, que acabou por não se realizar.
É urgente dar seguimento à Resolução da Assembleia da República e tomar as medidas necessárias para a preservação deste património!
Boa tarde
Conheço esse património e considero de louvar o modo de conservação do mesmo constituindo, motivo de orgulho à população residente.
No entanto, esta questão da manutenção do património das nossas aldeias faz nos lamentar o abandono progressivo do modo de vida dessa populacao, outrora cheia de actividade de vida agricola e que dava consistencia ao agregado que nós ainda chamamos aldeia. Hoje, vê-se as aldeias próximas das cidades completamente descaracterizadas pelo aumento de população oriunda das cidades que
transforma essas regiões em verdadeiros dormitórios. É urgente fixar gente que assuma projectos nesses espacos o que se pode fazer voltando a agricultura. A várzea de Loures tem aptidão de solos excelentes para a horticultura e os dinheiros comunitários também existem para isso. A ADAL tem espaco enorme nesse campo. Na defesa do ambiente e no seu empenho por projectos sustentáveis. É urgente evitar que o betão cubra toda a várzea de Loures, como fizeram e estão a fazer no Infantado. Todos temos de fazer a nossa parte na defesa desta causa, exigindo ao poder local que a politica de ocupação de solos tem de mudar.
Eu penso fazer a minha, parte sempre sou critica da maneira agressiva como ao nível municipal se tem orientado o planeamento urbano.
Obrigada pela atenção
Cumprimentos
Mariana André
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