Palácio de Valflores visitado por autarcas e Ministro da Cultura

Foi com elevada expectativa e satisfação que a ADAL tomou conhecimento do interesse e manifestação de empenho, por parte do Ministro da Cultura, relativamente à necessidade de recuperar este exemplar da arquitectura residencial do séc. XVI, sujeito a um regime de protecção e classificado como Imóvel de Interesse Público (Dec. nº 28/82, DR 47 de 26 Fevereiro 1982, ZEP, DR 213 de 14 Setembro 1982, ZEP, Port. nº 129/99, DR 35 de 11 Fevereiro de 1999).

Recentemente apontado como um dos 14 monumentos mais ameaçados da Europa, não podemos deixar de recordar que este edifício poderia ter sido alvo de recuperação em 2004, por meio de uma operação proposta então pela Valorsul, mas não autorizada pelo Governo, com base num parecer do Instituto Regulador de Águas e Resíduos, segundo o qual não fazia parte do objecto social da empresa este tipo de actividade.

Assim se criaram as condições para o prolongado período de agravamento do estado de degradação de um imóvel de interesse público cuja salvaguarda competiria a quem objectivamente a impediu.

Para além das intervenções de carácter mais imediato, para impedir derrocadas e perda de património, torna-se urgente delinear um programa funcional que inspire a recuperação do edifício, com a perspectiva de proporcionar às populações um bem público, a que sejam associados serviços de interesse relevante para o município, sem deixar de garantir a sustentabilidade do projecto.

Por isso, A ADAL vem defendendo, desde Abril de 2009, uma solução sustentável para a recuperação e futura utilidade do Palácio de Valflores – a instalação de um Centro de Investigação Universitária para os Resíduos e um Centro de Documentação para a Sustentabilidade Ambiental Urbana e Peri-Urbana.

Esta proposta sustenta-se na proximidade de importantes unidades de tratamento de resíduos da área metropolitana norte, da Reserva Natural do Estuário do Tejo e da rede hidrográfica do Rio Trancão, da Várzea de Loures, do Paul das Caniceiras, das ETAR’s de Frielas, S. João da Talha e Beirolas, do Parque Urbano de Santa Iria de Azóia (o primeiro aterro sanitário do país transformado em Parque Urbano) entre outros equipamentos colectivos e instalações de natureza ambiental – um “cluster” ambiental que se alarga substancialmente se levarmos em linha de conta os municípios vizinhos de Loures.

O mais importante, contudo, é que esta atitude seja interpretada como uma disponibilidade para equacionar, discutir e encontrar soluções que melhor defendam os interesses estratégicos do município e da Área Metropolitana de Lisboa, posicionando-o como território de qualidade no contexto da Região de Lisboa.