No passado dia 17 de Setembro, a ADAL – Associação de Defesa do Ambiente de Loures participou na sessão «Planeta verde, Futuro sustentável – Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 15 – Proteger a vida terrestre», sob o tema «Os ciclos da natureza e da mitologia – O outono».
A iniciativa decorreu no Museu Municipal de Loures – Quinta do Conventinho e consistiu em dois momentos. O primeiro, orientado pelos representantes da SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, foi a observação de aves nos jardins do museu. Depois, no auditório do centro de documentação Anselmo Braamcamp Freire, Filomena Barata (arqueóloga) e Rui Pinheiro (ADAL) proferiram as intervenções, coincidentes no sublinhar da importância e necessidade de proteger todos os ecossistemas terrestres.
Rui Pinheiro começou por referenciar os objectivos da ONU para a protecção da vida terrestre e da necessidade de lhes fazer corresponder, planos de acção e consequentes acções. De seguida abordou temas que fazem parte do “caderno de encargos” da ADAL para a sustentabilidade e melhoria da vida na Terra.
A Água, uma das causas da ADAL, e a desertificação do interior do País são preocupações a ter em conta. Como referência, o exemplo que nos chega da ilha de Porto Santo, onde uma central de dessalinização funciona permanentemente há 40 anos. E deixou, para reflexão, duas questões pertinentes «Como é que não aproveitamos o facto de Portugal ter uma costa marítima de enorme extensão? Com todo este oceano, como é que a agricultura não é desenvolvida com a água do mar?». Este exemplo reflete a carência de grandes decisões para a solução do problema da falta de água.
Outras propostas da ADAL para o desenvolvimento local:
A necessidade de desenvolver melhor e com mais celeridade, o programa da Câmara Municipal de Loures para as galerias ripícolas na vasta rede hidrográfica do concelho de Loures. Estas galerias são espaço que dão guarida às espécies, desenvolvem-se sozinhas e contribuem para a melhoria do ar, ou seja, um melhor ambiente.
A criação e «desenvolvimento de galerias arbóreas junto das estradas. São espaços de refrescamento, sequestro do carbono, espaço de vida para inúmeras espécies e de surgimento de bolsas de vegetação nas laterais, tão importantes para o ambiente».
Também, a ser aplicado com maior celeridade, o Plano Verde, que prevê a multiplicação de jardins e parques urbanos, a funcionar em rede, plano este que consubstancia medidas mitigadoras dos efeitos de secas extremas ou chuvas torrenciais. Este programa já está aprovado pela Câmara Municipal de Loures.
O desenvolvimento da florestação é outra das ideias que a ADAL vem apresentando. Há muitos terrenos municipais onde não há previsão de qualquer utilização, terrenos que deviam ser florestados pelos municípios.
A terminar, Rui Pinheiro abordou a chegada do Metro ao Concelho, que na opinião da ADAL é uma resposta importante à mobilidade e que se espera seja também uma resposta ambiental importante. Mas a pretensão da administração do Metro é instalar o terminal (oficinas, mudança de carruagens) no terreno arborizado frente à secular e de grande valor patrimonial Quinta das Carrafouchas, em Santo Antão do Tojal. A sugestão da ADAL passa pela reformulação da proposta. e construir essas infraestruturas a duas centenas de metros adiante, nos terrenos adjacentes às empresas da indústria automóvel ali instaladas.