Para lembrar e valorizar os nossos lugares de memória
Este ano o Dia internacional dos Monumentos e Sítios é dedicado ao tema Lugares de Memória.
A comemoração desta data constitui uma oportunidade para informar e sensibilizar a opinião pública relativamente à diversidade e vulnerabilidade do património e aos esforços necessários para a sua proteção, conservação, missão de cuja responsabilidade nenhuma entidade (pública ou privada, consoante as situações) e nenhum cidadão se deve demitir.
A preservação do patrimônio insere-se num projeto de construção do presente, com um sentido de continuidade, contemplando necessariamente a possibilidade das pessoas usufruírem destes Lugares de Memória enquanto elementos culturais vivos, dinamizadores do conhecimento sobre a nossa História e os atores do passado, e de uma apropriação informada e esclarecida por parte dos cidadãos.
No ano passado a ADAL aproveitou esta data para denunciar o estado de completo abandono, da Quinta e Palácio de Valflores, em Santa Iria de Azóia (imóvel do séc. XVI classificado como de Interesse Público), e de outros imóveis de interesse municipal.
Mas igualmente preocupante era e continua a ser o estado de abandono do edifício 4 de Outubro, em Loures.
Apesar de não vermos indícios de estar para breve a intervenção de fundo que estes Lugares de Memória justificam, é com alguma esperança que assistimos, no presente mês, a uma intervenção de emergência no Palácio de Valflores (reposição de chapas de cobertura e da rede de proteção envolvente) e à instalação de uma mostra no Edifício 4 de Outubro que assim permite a sua reabertura ao público. Esperemos que esta reabertura não se limite à circunstância das comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril e que constitua um sinal claro de uma alteração das políticas culturais no município de Loures.
Neste Dia Internacional dos Monumentos e Sítios a ADAL não pode deixar de continuar a alertar para a situação dos seguintes elementos do nosso património cultural construído:
– Antigos Paços do Concelho, na Rua da República, em Loures (imóvel do séc. XVIII, classificado como Monumento de Interesse Municipal).
– Castelo de Pirescoxe em Santa Iria de Azóia, onde se acentua a degradação das instalações inicialmente recuperadas;
– Igreja de Santa Maria da Vitória em Sacavém, completamente desprezada;
– Convento dos Mártires e da Conceição em Sacavém, em decadência e prestes a ser “sufocado” por mais uma urbanização;
– Monumento Megalítico de Casaínhos em Fanhões, progressivamente esquecido;
– Quinta da Abelheira no Zambujal, São Julião do Tojal, deixada à sua sorte;
– Paço Real de Frielas, estação arqueológica romana e medieval, para o qual não é visível um adequado programa de valorização e divulgação;
– Quinta da Massaroca em São João da Talha, em assustadora decadência;
– Torre Medieval de Sacavém, em degradação acentuada;
– Aqueduto de Santo Antão do Tojal, a ser “emparedado” por uma urbanização;
– Diaclase de Salemas, Lousa, a exigir ações concretas de proteção e preservação.
Para que Loures seja um território onde se constrói futuro, valorizando a Memória.