PATRIMÓNIO CONSTRUIDO DE LOURES NA RUINA

Assinalou-se ontem, 18 de Abril, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.

A este propósito, a ADAL, vem mais uma vez alertar para o estado de degradação geral do património cultural construído do Concelho de Loures, fruto do alheamento, desinteresse e desrespeito com que tem sido tratado pelas entidades responsáveis.

São disso exemplo:

Edifício 4 de Outubro em Loures, em acelerada degradação, no ano em que se comemora o Centenário da República;

Palácio de Valflores em Santa Iria de Azóia, embrulhado em ráfia, para deixar de se ver o estado lamentável em que encontra;

Castelo de Pirescoxe em Santa Iria de Azóia, onde faltam concluir as obras de consolidação de parte da sua muralha, ao mesmo tempo que se acentua a degradação das instalações inicialmente recuperadas;

Igreja de Santa Maria da Vitória em Sacavém, completamente desprezada;

Convento dos Mártires e da Conceição em Sacavém, em decadência e prestes a ser “sufocado” por mais uma urbanização;

Monumento Megalítico de Casaínhos em Fanhões, do qual a Câmara de Loures já nem apresenta foto no seu site na internet;

Quinta da Abelheira no Zambujal, São Julião do Tojal, deixada à sua sorte;

Paço Real de Frielas, estação arqueológica romana e medieval, sem evolução, nem acompanhamento especializado;

Quinta da Massaroca em São João da Talha, onde para além da decadência deve estar em preparação mais uma operação urbanística de larga escala;

Os Fortes e as Linhas de Torres em toda a zona norte do Concelho, com as intervenções a decorrerem a um ritmo que põe em causa o objectivo das mesmas e o usufruto por parte das populações.

E de um modo geral o património que segundo a Câmara de Loures está “classificado ou em vias de classificação”, e cujas referências podem ser encontradas em: http://www.cm-loures.pt/MiniPatrimonio/index.htm

Há já perdas irrecuperáveis em inúmeros destes e de outros monumentos do Concelho.

A ADAL teme que a voracidade urbanística que avassala o Concelho seja a principal aliada da inércia do IGESPAR e da Câmara de Loures, gerando-se as condições de abandono, decadência e derrocada de inúmeros espaços e edifícios do maior valor histórico, cultural e social.

A ADAL lamenta profundamente o estado de degradação do património construído no Concelho de Loures e apela à Câmara Municipal de Loures e ao IGESPAR, a urgente intervenção na preservação e salvaguarda deste património, expressão real da nossa identidade e memória colectiva.